DEUS NA TEMPESTADE
Texto (Atos 23:11; 25:9-12; 27:1-44) Na noite seguinte, apresentou-se-lhe o Senhor e disse: Tem bom ânimo: porque, como deste testemunho de mim em Jerusalém, assim importa que o dês também em Roma.
(At 25: 9-12) Todavia Festo, querendo agradar aos judeus, respondendo a Paulo, disse: Queres subir a Jerusalém e ali ser julgado perante mim acerca destas coisas?
10 Mas Paulo disse: Estou perante o tribunal de César, onde devo ser julgado; nenhum mal fiz aos judeus, como muito bem sabes.
11 Se, pois, sou malfeitor e tenho cometido alguma coisa digna de morte, não recuso morrer; mas se nada há daquilo de que estes me acusam, ninguém me pode entregar a eles; apelo para César.
12 Então Festo, tendo falado com o conselho, respondeu: Apelaste para César; para César irás.
(At 24:1-44) E, como se determinou que navegássemos para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião por nome Júlio, da coorte augusta.
2 E, embarcando em um navio de Adramítio, que estava prestes a navegar em demanda dos portos pela costa da Ásia, fizemo-nos ao mar, estando conosco Aristarco, macedônio de Tessalônica.
3 No dia seguinte chegamos a Sidom, e Júlio, tratando Paulo com bondade, permitiu-lhe ir ver os amigos e receber deles os cuidados necessários.
4 Partindo dali, fomos navegando a sotavento de Chipre, porque os ventos eram contrários.
5 Tendo atravessado o mar ao longo da Cilícia e Panfília, chegamos a Mirra, na Lícia.
6 Ali o centurião achou um navio de Alexandria que navegava para a Itália, e nos fez embarcar nele.
7 Navegando vagarosamente por muitos dias, e havendo chegado com dificuldade defronte de Cnido, não nos permitindo o vento ir mais adiante, navegamos a sotavento de Creta, à altura de Salmone;
8 e, costeando-a com dificuldade, chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade de Laséia.
9 Havendo decorrido muito tempo e tendo-se tornado perigosa a navegação, porque já havia passado o jejum, Paulo os advertia,
10 dizendo-lhes: Senhores, vejo que a viagem vai ser com avaria e muita perda não só para a carga e o navio, mas também para as nossas vidas.
11 Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao dono do navio do que às coisas que Paulo dizia.
12 E não sendo o porto muito próprio para invernar, os mais deles foram de parecer que daí se fizessem ao mar para ver se de algum modo podiam chegar a Fênice, um porto de Creta que olha para o nordeste e para o sueste, para ali invernar.
13 Soprando brandamente o vento sul, e supondo eles terem alcançado o que desejavam, levantaram ferro e iam costeando Creta bem de perto.
14 Mas não muito depois desencadeou-se do lado da ilha um tufão de vento chamado euro-aquilão;
15 e, sendo arrebatado o navio e não podendo navegar contra o vento, cedemos à sua força e nos deixávamos levar.
16 Correndo a sota-vento de uma pequena ilha chamada Clauda, somente a custo pudemos segurar o batel,
17 o qual recolheram, usando então os meios disponíveis para cingir o navio; e, temendo que fossem lançados na Sirte, arriaram os aparelhos e se deixavam levar.
18 Como fôssemos violentamente açoitados pela tempestade, no dia seguinte começaram a alijar a carga ao mar.
19 E ao terceiro dia, com as próprias mãos lançaram os aparelhos do navio.
20 Não aparecendo por muitos dia nem sol nem estrelas, e sendo nós ainda batidos por grande tempestade, fugiu-nos afinal toda a esperança de sermos salvos.
21 Havendo eles estado muito tempo sem comer, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Senhores, devíeis ter-me ouvido e não ter partido de Creta, para evitar esta avaria e perda.
22 E agora vos exorto a que tenhais bom ânimo, pois não se perderá vida alguma entre vós, mas somente o navio.
23 Porque esta noite me apareceu um anjo do Deus de quem eu sou e a quem sirvo,
24 dizendo: Não temas, Paulo, importa que compareças perante César, e eis que Deus te deu todos os que navegam contigo.
25 Portanto, senhores, tende bom ânimo; pois creio em Deus que há de suceder assim como me foi dito.
26 Contudo é necessário irmos dar em alguma ilha.
27 Quando chegou a décima quarta noite, sendo nós ainda impelidos pela tempestade no mar de Ádria, pela meia-noite, suspeitaram os marinheiros a proximidade de terra;
28 e lançando a sonda, acharam vinte braças; passando um pouco mais adiante, e tornando a lançar a sonda, acharam quinze braças.
29 Ora, temendo irmos dar em rochedos, lançaram da popa quatro âncoras, e esperaram ansiosos que amanhecesse.
30 Procurando, entrementes, os marinheiros fugir do navio, e tendo arriado o batel ao mar sob pretexto de irem lançar âncoras pela proa,
31 disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos.
32 Então os soldados cortaram os cabos do batel e o deixaram cair.
33 Enquanto amanhecia, Paulo rogava a todos que comessem alguma coisa, dizendo: É já hoje o décimo quarto dia que esperais e permaneceis em jejum, não havendo provado coisa alguma.
34 Rogo-vos, portanto, que comais alguma coisa, porque disso depende a vossa segurança; porque nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós.
35 E, havendo dito isto, tomou o pão, deu graças a Deus na presença de todos e, partindo-o começou a comer.
36 Então todos cobraram ânimo e se puseram também a comer.
37 Éramos ao todo no navio duzentas e setenta e seis almas.
38 Depois de saciados com a comida, começaram a aliviar o navio, alijando o trigo no mar.
39 Quando amanheceu, não reconheciam a terra; divisavam, porém, uma enseada com uma praia, e consultavam se poderiam nela encalhar o navio.
40 Soltando as âncoras, deixaram-nas no mar, largando ao mesmo tempo as amarras do leme; e, içando ao vento a vela da proa, dirigiram-se para a praia.
41 Dando, porém, num lugar onde duas correntes se encontravam, encalharam o navio; e a proa, encravando-se, ficou imóvel, mas a popa se desfazia com a força das ondas.
42 Então o parecer dos soldados era que matassem os presos para que nenhum deles fugisse, escapando a nado.
43 Mas o centurião, querendo salvar a Paulo, estorvou-lhes este intento; e mandou que os que pudessem nadar fossem os primeiros a lançar-se ao mar e alcançar a terra;
44 e que os demais se salvassem, uns em tábuas e outros em quaisquer destroços do navio. Assim chegaram todos à terra salvos.
INTRODUÇÃO
Caminha dentro da vontade de Deus não é necessariamente um caminho ensolarado sobre um campo florido. Haverá os dias em que o céu se mostrará brusco enquanto caminhamos por terrenos árido e hostil. Com Paulo percebemos claramente essa realidade, mas vemos também que acima das nuvens negras das dificuldades sempre brilhou o sol da justiça e do amor de Deus.
PRIMEIRO
A IDA DE PAULO A ROMA ESTAVA DENTRO
DE UM PROPÓSITO DE DEUS
Paulo acalentava o desejo de visitar Roma. (Rm 15:30-32) Rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas vossas orações por mim a Deus,
31 para que eu seja livre dos rebeldes que estão na Judéia, e que este meu ministério em Jerusalém seja aceitável aos santos;
32 a fim de que, pela vontade de Deus, eu chegue até vós com alegria, e possa entre vós recobrar as forças.
Contudo, sua ida a Roma não era apenas um capricho pessoal. Antes, era um chamado de Deus. (At 23:11) Na noite seguinte, apresentou-se-lhe o Senhor e disse: Tem bom ânimo: porque, como deste testemunho de mim em Jerusalém, assim importa que o dês também em Roma. Paulo era um homem de uma visão mundial, seu ministério não era limitado a um grupo especial mas orientava-se para o mundo todo. Deus o chamou para ser uma bênção para o mundo.
Seu desejo e chamado se realizou na condição de prisioneiro. José, quando foi levado para o Egito, também foi na condição de escravo. Por detrás desta terrível situação estava o glorioso plano do Senhor. (Gn 50:20) Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; Deus, porém, o intentou para o bem, para fazer o que se vê neste dia, isto é, conservar muita gente com vida.
Quando a nossa vida está: Nas mãos de Deus; sob o senhorio de Cristo; debaixo da orientação de Espírito Santo; podemos ter certeza da que nada em nossa vida acontece por acaso. (Rm 8:28) E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Os caminhos de Deus são muitas vezes incompreensíveis aos homens, mas são sempre caminhos de Bênção para os que lhe são fiéis. (Is 55:8-9) Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
9 Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.
SEGUNDO
AS PROVAÇÕES MUITAS VEZES FAZEM
PARTE DO ESQUEMA DE DEUS
A situação enfrentada por Paulo e os demais passageiros do navio foi tremendamente difícil. Dentro do nosso raciocínio, a viagem de Paulo não podia, sob hipótese alguma, ser assim tão agitada, pois ele estava dentro da vontade de Deus. (At 27:7-8,14-20) Navegando vagarosamente por muitos dias, e havendo chegado com dificuldade defronte de Cnido, não nos permitindo o vento ir mais adiante, navegamos a sotavento de Creta, à altura de Salmone;
8 e, costeando-a com dificuldade, chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade de Laséia.
14 Mas não muito depois desencadeou-se do lado da ilha um tufão de vento chamado euro-aquilão;
15 e, sendo arrebatado o navio e não podendo navegar contra o vento, cedemos à sua força e nos deixávamos levar.
16 Correndo a sota-vento de uma pequena ilha chamada Clauda, somente a custo pudemos segurar o batel,
17 o qual recolheram, usando então os meios disponíveis para cingir o navio; e, temendo que fossem lançados na Sirte, arriaram os aparelhos e se deixavam levar.
18 Como fôssemos violentamente açoitados pela tempestade, no dia seguinte começaram a alijar a carga ao mar.
19 E ao terceiro dia, com as próprias mãos lançaram os aparelhos do navio.
20 Não aparecendo por muitos dia nem sol nem estrelas, e sendo nós ainda batidos por grande tempestade, fugiu-nos afinal toda a esperança de sermos salvos.
Similar ao que aconteceu com Paulo, João Batista estava desenvolvendo um ministério abençoado, cheio de frutos, no entanto foi levado ao cárcere e lá tiraram-lhe a vida de uma forma ignominiosa.
Jesus Cristo, logo após ser batizado e ser cheio do Espírito Santo, foi levado para o deserto para ser tentado pelo Diabo.
Um erro que muitos filhos de Deus cometem é achar que, quando nossa vida está nas mãos do Senhor, estamos livres das provações. De modo nenhum! Dá-se às vezes até o contrário... Quando de fato nos colocamos nas mãos do Pai, pode ser que ele descarregue provações em cima de nós. Deus é o grande artífice, somos suas jóias. Ele é o oleiro, nós somos o barro, somos pedras vivas. Deus está nos burilando para nos ajustar ao seu edifício cuja pedra angular é Jesus.
TERCEIRO
NAS TEMPESTADES O SENHOR
É O COMPANHEIRO FIEL
O Deus da Bíblia é o Deus presente: "Deus esteve comigo" (At 27:23) Porque esta noite me apareceu um anjo do Deus de quem eu sou e a quem sirvo.
Quando a morte parecia ser inevitável, Paulo teve a presença e o consolo de um anjo de Deus, que lhe prometeu a salvação. Quando o servo de Deus enfrenta perigos, tem a quem recorrer, pois seu Deus não está distante.
Foi esta a experiência dos jovens: Sadraque, Mesaque e Abednego quando na fornalha de fogo ardente na Babilônia. (Dn 3:23-25) E estes três, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente.
24 Então o rei Nabucodonozor se espantou, e se levantou depressa; falou, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós dentro do fogo três homens atados? Responderam ao rei: É verdade, ó rei.
25 Disse ele: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, e nenhum dano sofrem; e o aspacto do quarto é semelhante a um filho dos deuses.
Foi também esta experiência de Daniel quando no cova dos leões. (Dn 6:22) O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, e eles não me fizeram mal algum; porque foi achada em mim inocência diante dele; e também diante de ti, ó rei, não tenho cometido delito algum.
Pode também ser esta a experiência de todos os filhos de Deus. (Sl 23:4) Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. (Mt 28:20) ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
QUARTO
OS RESULTADOS SERÃO SEMPRE UMA INSPIRAÇÃO QUANDO DEUS ESTÁ ATUANDO
Como resultado da ação de Deus, por intermédio de Paulo, 275 pessoas que estavam para morrer no naufrágio foram salvas. (At 27:22-24) E agora vos exorto a que tenhais bom ânimo, pois não se perderá vida alguma entre vós, mas somente o navio.
23 Porque esta noite me apareceu um anjo do Deus de quem eu sou e a quem sirvo,
24 dizendo: Não temas, Paulo, importa que compareças perante César, e eis que Deus te deu todos os que navegam contigo.
Como resultado da ação de um Deus presente, todos os enfermos da ilha de Malta foram curados. (Malta é uma ilha no Mediterrâneo com cerca de 30 quilômetros de comprimento e 18 de largura, a 240 quilômetro da Itália).
Como resultado da ação de um Deus presente, Paulo pregou o evangelho em Roma durante dois anos, levando até membros da corte imperial a Cristo. (Nero era homem que estava no poder naquela época, com seus vinte e cinco anos). Foi nesse período que Paulo escreveu as preciosas epístolas aos Efésios, aos Colossenses e a Filemom.
CONCLUSÃO
Quando nossa vida está dentro da vontade de Deus, as próprias situações adversas se transformam em bênçãos. Deus é o Senhor, deixemos que ele nos dirija. Não importam as circunstâncias. "Deus sabe o que faz... Confia no Senhor! O seu Deus tem poder para te livrar dessa situação... A sua vitória é questão de tempo".
Fonte de pesquisa. Livro Do Púlpito 2
Autor. Messias Anacleto Rosa
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